terça-feira, 14 de julho de 2009

A mulher negra contra a violência e o racismo

Liliane Araújo

É comum testemunharmos diversas atribuições dirigidas às mulheres negras. São elas as principais vítimas de violência e de racismo. Esses problemas e dificuldades são enfrentados pela mulher negra com muito sacrifício. Além disso, a violência e os preconceitos contra as negras se manifestam mediante atividades cotidianas, através das músicas, das funções ocupadas no ambiente de trabalho e de outras tantas circunstâncias.

Já observei atualmente que as negras são vítimas de violência física, verbal, psicológica, em meio à convivência social no dia-a-dia. Além disso, observei também que nas telenovelas as mulheres negras são as mais escolhidas para atuarem como empregadas domésticas, marginais, pobres, etc.

Vejo que mesmo depois de tantas lutas em favor dos direitos das mulheres, muitas ocorrências de violência e racismo ainda são ouvidas e testemunhadas.

Isso significa que ainda há muito a se fazer para que as mulheres negras tenham, de fato, seus direitos garantidos e, assim, melhores oportunidades de vida.

Lúcia, uma mulher negra

Maria Francisca dos Santos de Sousa

Lúcia tem 11 filhos e é viúva.

Tem uma filha que saiu de casa e até hoje nunca deu notícias. Ainda hoje Lúcia sofre sem saber o paradeiro da filha.

Lúcia é negra e muito humilde, ela é quebradeira de coco babaçu. Os outros filhos, se é de ajudar a mãe, estão fazendo ela sofrer cada dia que passa. Já aconteceu de dois ou três filhos saírem na rua falando dela como se ela fosse alguém sem importância. Quando ela chama a atenção dos filhos, eles ficam até sem falar com ela.

Tem dias que Lúcia não almoça nem janta, de tanto desgosto. Será que essa mulher tão dedicada merece tudo isso, principalmente o desgosto de os filhos ficarem sem falar com ela?

Uma adolescente negra

Marilene Pontes Franco

Júlia era uma adolescente negra e pobre. Isso tornava a sua vida na escola um verdadeiro inferno, porque ela era a única negra de sua escola.

Júlia sofria muito com o preconceito de seus colegas de classe, mas ela não se importava com isso, porque só pensava em estudar muito e se formar em direito.

Quando os colegas se aproximavam, era só para criticá-la por causa de seus trajes e da cor da pele, mas Júlia nem queria saber de confusão, porque ela já tinha sofrido muito preconceito para conseguir vaga na escola.

Apesar do preconceito que enfrentava, Júlia se formou em Direito, o que sempre foi seu sonho, e provou que para vencer na vida só depende de coragem e da força de vontade de cada um.

Mulher negra à procura de trabalho

Leidiane da Silva Sivirino

Num interior pequeno morava uma mulher muito batalhadora, que se esforçava muito para conseguir uma vida melhor para ela e seus filhos.

Dona Ana era uma mulher negra que tinha muito orgulho de sua cor.

Um dia, Dona Ana estava desesperada para dar um prato de arroz para seis filhos e não tinha como comprar sequer uma balinha.

Ela resolveu ir para a cidade, à procura de trabalho. Ela começou a procurar serviço. Entrou numa loja de roupas e perguntou para a dona da loja se ela estava precisando de alguém para trabalhar. Ela respondeu:

- Não precisamos de pessoas como você, ainda mais negra, que não tem nem uma roupa para vestir. Jamais que ela ia arrumar trabalho em uma loja ou em qualquer outro lugar, que seu trabalho era no máximo de doméstica.

Dona Ana começou a chorar e respondeu que ela tinha muito orgulho da sua cor, que isso era discriminação e racismo.