Desejamos a todos um 2010 cheio de harmonia e paz.
domingo, 27 de dezembro de 2009
Fim de uma jornada; início de outra
Desejamos a todos um 2010 cheio de harmonia e paz.
terça-feira, 14 de julho de 2009
A mulher negra contra a violência e o racismo
Liliane Araújo
É comum testemunharmos diversas atribuições dirigidas às mulheres negras. São elas as principais vítimas de violência e de racismo. Esses problemas e dificuldades são enfrentados pela mulher negra com muito sacrifício. Além disso, a violência e os preconceitos contra as negras se manifestam mediante atividades cotidianas, através das músicas, das funções ocupadas no ambiente de trabalho e de outras tantas circunstâncias.
Vejo que mesmo depois de tantas lutas em favor dos direitos das mulheres, muitas ocorrências de violência e racismo ainda são ouvidas e testemunhadas.
Isso significa que ainda há muito a se fazer para que as mulheres negras tenham, de fato, seus direitos garantidos e, assim, melhores oportunidades de vida.
Lúcia, uma mulher negra
Maria Francisca dos Santos de Sousa
Lúcia tem 11 filhos e é viúva.
Lúcia é negra e muito humilde, ela é quebradeira de coco babaçu. Os outros filhos, se é de ajudar a mãe, estão fazendo ela sofrer cada dia que passa. Já aconteceu de dois ou três filhos saírem na rua falando dela como se ela fosse alguém sem importância. Quando ela chama a atenção dos filhos, eles ficam até sem falar com ela.
Tem dias que Lúcia não almoça nem janta, de tanto desgosto. Será que essa mulher tão dedicada merece tudo isso, principalmente o desgosto de os filhos ficarem sem falar com ela?
Uma adolescente negra
Marilene Pontes Franco
Júlia era uma adolescente negra e pobre. Isso tornava a sua vida na escola um verdadeiro inferno, porque ela era a única negra de sua escola.
Quando os colegas se aproximavam, era só para criticá-la por causa de seus trajes e da cor da pele, mas Júlia nem queria saber de confusão, porque ela já tinha sofrido muito preconceito para conseguir vaga na escola.
Apesar do preconceito que enfrentava, Júlia se formou em Direito, o que sempre foi seu sonho, e provou que para vencer na vida só depende de coragem e da força de vontade de cada um.
Mulher negra à procura de trabalho
Leidiane da Silva Sivirino
Num interior pequeno morava uma mulher muito batalhadora, que se esforçava muito para conseguir uma vida melhor para ela e seus filhos.
Dona Ana era uma mulher negra que tinha muito orgulho de sua cor.
Um dia, Dona Ana estava desesperada para dar um prato de arroz para seis filhos e não tinha como comprar sequer uma balinha.
Ela resolveu ir para a cidade, à procura de trabalho. Ela começou a procurar serviço. Entrou numa loja de roupas e perguntou para a dona da loja se ela estava precisando de alguém para trabalhar. Ela respondeu:
- Não precisamos de pessoas como você, ainda mais negra, que não tem nem uma roupa para vestir. Jamais que ela ia arrumar trabalho em uma loja ou em qualquer outro lugar, que seu trabalho era no máximo de doméstica.
Dona Ana começou a chorar e respondeu que ela tinha muito orgulho da sua cor, que isso era discriminação e racismo.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
A pobre Mocinha
Para sua sobrevivência, Mocinha tinha que deixar seus filhos em casa para ir quebrar coco: o dia todo era debaixo de sol e chuva, pois Mocinha tinha que sustentar seus dois filhos, que se chamavam Zé Veda e Preto.
Tempos depois, ela conhece Zeca, que é uma pessoa pobre, mas muito trabalhador. Eles começam a namorar escondidos, logo depois eles se casam. Zeca cria o filho mais novo de Mocinha como se fosse seu.
Mocinha engravida de uma menina. Anos depois, ela torna a engravidar de um menino, que morre com onze dias de nascido. O tempo passa e Mocinha engravida de outro menino e faz ligadura.
Zeca e Mocinha passaram por muitas dificuldades, mas o amor deles é maior que tudo. Os anos passam, mas eles nunca desistem da sua felicidade.
Francisca
Ela trabalhava na roça para criar os seus filhos. Ela trabalhava na roça com o seu marido João. Os dois nunca se abateram.
Francisca, por ser negra, nunca pôde arrumar um emprego, mas ela nunca se abateu. Ela, com seu trabalho, conseguiu formar seu filho. Ele se tornou um advogado e começou a defender as causas dos negros sem cobrar nada, porque ele se lembrou que sua mãe, por ser negra, nunca teve oportunidade.
Seu filho, com seu trabalho, conseguiu tirar Francisca da pobreza.
O destino é traiçoeiro
Todas as vezes que ela saía de casa para seguir rumo ao seu pobre serviço de vendedora de café, ao atravessar a rua sempre aparecia um engraçadinho de carro e cobria-lhe de lama. Mas, seu coração era maior, pois ela só olhava e seguia em frente.
Certo dia, quando eu ia cruzar a rua, eu vi Dona Eugênia, que vinha com sua mercadoria coberta por um plástico, quando de repente apareceu um carro em alta velocidade e jogou toda a lama sobre aquela pobre senhora. Ela ficou tão descontrolada que se esborrachou no chão. Fui logo ajudá-la, e quando dei-lhe a mão para levantá-la, o carro se aproximou e o motorista, mostrando seu rosto, falou: “lugar de negro é catando talinho e comendo as sobras”.
Dona Eugênia, quando viu seu rosto, logo agradeceu: “Obrigada, Senhor”.
E o rapaz:
- Por que está agradecendo a Deus?”
- Porque você é meu filho Moisés, que foi roubado de meus braços há 25 anos, e que nenhum delegado me ajudou a encontrar, pelo simples fato de ser negra e ter um filho branco...
A música que se tornou morte
Uma garota, de nome Nandinha, tinha o carnaval por uma de suas maiores diversões. Acontece que num certo baile de carnaval, a banda que tocava naquela noite convidou as garotas a subir no palco e a dançar.
A garota, alegre, subiu então ao palco e começou a dançar. Na segunda música, que tinha por título “Nega do cabelo duro”, a garota entristeceu e percebeu que a música falava dela e que as outras garotas que estavam no palco eram brancas.
A garota negra saiu correndo do palco, mas quando tentava sair do palco, ela tropeçou no fio de energia e acabou caindo do palco.
Levada às pressas pro hospital, não resistiu, faleceu, transformando a alegria em pranto: a música racista deixou consequências ruins.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Sofia, uma batalhadora
Sofia era uma mulher que lutava pelo objetivo de criar seus filhos. Era uma negra que tinha orgulho de sua cor.
Não ver seus filhos pedindo a nenhum vizinho nem a ninguém - era o motivo dela trabalhar.
Sofia era uma senhora que gostava muito de crianças.
Mulher negra enfrenta uma jumenta velha
Ela tem muitos filhos e não mora com o marido. Por isso, ela trabalha duro para o sustento da família: caça coco babaçu, quebra o coco para vender e da casca do coco faz o carvão, também para vender, aqui no município de Pio XII.
Algumas de suas filhas já lhe ajudam nessas tarefas, quem não ajuda em nada é uma jumenta que Moça criou para carregar o carvão para a cidade. A jumenta cai várias vezes na viagem e isso acaba estragando uma parte do carvão - aí só piora o lucro de Moça...
Preconceito
Alguns riem dos seus cabelos, dizem que no cabelos dela é possível esconder uma caneta, uma nota de um real, um batom... Enfim, algumas pessoas a tratam como um animal irracional. Um dia desses, um amigo meu me falou que ela tem mal cheiro, que não se zela... Enfim...
Para mim, todas aquelas pessoas que pensam mal dela não percebem que o sangue que corre nas suas veias é o mesmo que corre neles e em todos nós. Entao, vamos deixar esse preconceito de mão e respeitar uns aos outros. Isso é o melhor para todos.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Dona Neguinha
Neguinha é uma mulher solitária, não por opção dela, creio eu, pois ela já foi casada e tem filhos. A história dela é essa:
Quando estava casada, poucos dias depois que tinha dado à luz, não sei por qual motivo, o seu marido lhe deu uma surra e depois disso a largou.
Com o passar dos dias, Neguinha não ficou mais aquela pessoa saudável de antes, passou a morar sozinha e não ficou em seu juízo certo. Não sei porque, seus filhos não tomaram conta dela, ela tem sua pobre casinha e vive muito mal, para ela poder comer tem que pedir esmolas e sua casa não tem luz.
Em sua humilde casa, Neguinha só tem contato com seus cachorrinhos e nada mais.
Diante disso, eu fico me perguntando: por que tanta violência com uma pessoa negra, humilde e sem defesa alguma?
BR 316
Ela caminha de Santa Inês a Olho D'água das Cunhãs, passando temporada em algum interior de beira de estrada. É uma senhora que não mexe com ninguém.
O interior que ela mais gosta é o Celeiro, no município de Pio XII. Diz que seu nome é Martinha e assim nós a chamamos. Os moradores de lá dão o comer para ela, que assim vai levando a vida, que não é tão boa...
O mais interessante é que ela tem uns sacos de sarrapilha grandes e enche-os de lixo, como plásticos, garrafas de refrigerante e copos descartáveis, e ainda cria uma cachorinha que a segue para onde ela vai.
Ela só zanga quando alguns meninos a chamam por um apelido que colocaram, que é "Martinha, cu de galinha".
Vendo o modo de ser dela, eu fico me perguntando o que levou essa senhora a essa situação: Será que foi desprezo da família? Ou será que não tem nenhum parente? Bom, não sei; só sei que deveriam existir ações do governo, procurando ajudar as pessoas que têm como lar as estradas.
Dona Domingas, mulher negra, curandeira
Mas a vida não foi muito justa com ela, porque Deus levou seu companheiro muito cedo, deixando ela sozinha para criar os nove filhos.
No início foi muito triste para ela, mas como ela tinha Deus no coração, conseguiu criar os nove filhos. E ainda tinha tempo para ajudar a todos que na sua porta batiam, com crianças doentes, para ela rezar.
E assim, todas as pessoas voltavam felizes para suas casas, por terem fé na reza de Dona Domingas.
Apesar de toda sua boa vontade, Dona Domingas acabou morrendo sozinha, numa pobre casinha.
Mulher negra
Uma mulher negra que se chama Deusa, um nome que ficou tão bem, comparado à sua tamanha bondade: mulher negra simples, trabalhadora, de bom coração.
Para criar seus filhos, seu marido, chamado Zeca, começou a trabalhar no estado do Pará. Nessa viagem, ele conheceu outra mulher. Mas ele voltou, e sua mulher, sofrendo para criar os quatro filhos inocentes, sem saber de nada, lhe recebeu em casa. Passou um mês e ele insistiu em voltar a trabalhar no Pará, sem nem avisar que tinha outra mulher.
Ele lhe deixou, com quatro filhos para criar sozinha, sem ninguém para ajudar.
Isso já tem uns quatro anos. Ela sempre trabalhando e os meninos crescendo.
Hoje, os meninos trabalham, estudam e lhe ajudam nas despesas de casa.
Em busca de um sonho
Chama-se Isabel, mulher negra de descendência humilde.
Quando criança, ajudava sua mãe na roça. Recebia de sua mãe tudo o que ela podia lhe dar. Porém, Isabel não via o sofrimento de sua mãe e reclamava que não tinha o que algumas de suas poucas amigas tinham.
Hoje, mãe de dois filhos, viúva, trabalha de cozinha e tenta sustentar-se com o que tem. Procurou emprego em lojas, supermercados, mas foi rejeitada todas as vezes, muitas vezes pela cor, outras apenas por ser humilde.
Ficava triste em saber que foram contratadas outras mulheres nos mesmos estabelecimentos que andou, nos mesmos dias, só por serem diferentes na cor e na descendência.
Isabel ouvia muitas piadas, chingamentos, gargalhadas, outras vezes "ela tem inteligência, educação, postura", mas por ser negra não podia alcançar seus objetivos.
Isabel sonha com um futuro melhor, livre do preconceito.
Enquanto isso, segue sua dura vida...
Catarina sofre por causa do marido
Ela se chama Catarina, tem 21 anos e vive com seu marido e suas duas filhas. A vida dela é sofrer nas unhas do marido, porque enquanto ela cuida da casa, ele fica no bar bebendo, e quando chega em casa é com o maior abuso com ela e suas filhas. A vida dele é viver de bar em bar, e ela, coitada, fica calada, só ouvindo absurdos de uma pessoa bêbada e passando coisas que nunca imaginaria passar ao lado da pessoa que escolheu para ser seu companheiro.
Como se não bastasse o que já passa em casa, Catarina sofre preconceito por causa da sua cor negra, como se as mulheres negras não fossem seres humanos, capazes de subir na vida. Falta dar a elas as devidas oportunidades...
Mulher negra abandonada
Em minha rua morava uma mulher negra chamada Maria José. Ela era casada e tinha uma filha.